BIDI - Q/R - Parte 2 - Abril 2017
Mensagem de 04 de
abril de 2017 (publicada em 23 de abril)
Origem francesa – recebida do site Les Transformations
Origem francesa – recebida do site Les Transformations
Áudio da Leitura da Mensagem em Português - por Noemia
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Eh bem, Bidi está de
volta. E nós vamos prosseguir.
Eu te escuto.
Questão
: eu ouvi desligada suas intervenções do mês passado. Na primeira, eu fui
invadida por uma grande doçura e uma extrema ternura. Depois senti como uma
passagem em um buraco de ar, mas isso não me perturbou. Suas palavras eram como
uma carícia. Eu permaneci muito tempo
nesse estado de graça. Na segunda intervenção, eu fiquei surpresa e assustada à
vista de uma chama branca brotando dos meus pés. A alegria se instalou apesar
das sensações bizarras no corpo. A chama subia ao longo do corpo e o dissolvia
em sua passagem, até que não restou mais corpo, mas a alegria permanecia. Isso
são as primícias do planeta-grelha final ?
Mas é antes de tudo a
travessia da Infinita Presença, bem-vinda. Por que você tem necessidade de
referir isso ao planeta-grelha ? Certamente que é a mesma coisa, mas
observe que mesmo tendo vivido isso, que está em acordo e que é maravilhoso,
todavia hoje você quer saber se é a mesma coisa que o que se passa quando o Sol
desposa a Terra. Sim, há uma forma de
analogia, de sobreposição. Se o ego é transpassado e se apaga, como você o
vivenciou, então resta apenas a Verdade. Você foi liberada aos pés do Senhor
pela Onda da Vida e o Sharam Amrita. Agora, mantenha-se tranquila, viva o que é
para viver. Isso foi vivido e está sempre presente, aí está o essencial.
Retenha bem que você
não tem nada mais a fazer, a empreender. Não pense sobretudo nessa experiência
inicial, senão você está no passado. Não busque reproduzi-la, mantenha-se
tranquila, em todos os sentidos do termo, e permaneça assim. Que a experiência
se reproduza ou não, não tem nenhuma espécie de importância, você viveu a
Alegria sem corpo. A aspiração no que você chamou buraco de ar é o testemunho
do switch da consciência. A partir daí tudo está concluído, qualquer que seja
sua vida, quaisquer que sejam suas experiências.
Hoje, vocês o
constatam, eu me expresso mais forte. A
passagem não é mais pelos pés nem pela garganta, ela é no coração. Vocês podem tapar os ouvidos, o efeito será o
mesmo. O que vocês ouvem não é nada. Eu o disse, eu não me dirijo à pessoa, ou
então para quebrá-la e ir ao coração.
Eu agradeço essa irmã
por esse testemunho magistral. Nós
tivemos outros na vez precedente, aqui mesmo, haverá outros. Eu tinha dito, quando estava encarnado, que
minhas palavras não podiam falhar. Não é pela reviravolta das frases, nem o
conteúdo, nem a intensidade – isso é para distrai-los, nada mais – o essencial
é o que está por trás, ou dentro, além da máscara.
Continue.
Questão
: eu pratiquei assiduamente a refutação. Eu me dei conta de que eu não estou
constantemente livre e que eu permaneço influenciado pelos outros, que eu
funciono por mimetismo, o que ocasiona a questão de ser um portal orgânico.
Como deixar essa prisão onde eu estou na confusão ?
Mas o simples fato de
colocar uma questão como essa prova que você não é um portal orgânico. Um
portal orgânico não poderia absolutamente ouvir minhas palavras. Portanto, desde o instante em que você adotou
o princípio da refutação, esse gênero de questão não representa nada. É que o momento não veio para você, não se
desespere. Na vez precedente, eu lhes disse : « Repitam : eu não
sou esse corpo. ». Essa negação provoca, em sua pessoa, uma ruptura. Vocês
não estão mais no tempo da refutação ou na expressão dessas belas frases, vocês
estão na vivência. É o que chega a você através dessa questão, é o que você é
em uma busca. A refutação não é uma busca, é uma afirmação.
Após, certamente, há
outros elementos que intervieram : a Onda da Vida, o Canal Mariano, as
estruturas que vocês chamam vibrais. Não se prendam, não mais, a isso, isso são
apenas testemunhos ou depoimentos, se vocês preferem, do que vosso corpo vive. O que lhe falta não é mais refutar o que quer
que seja, isso foi feito, mas sobretudo você ainda está identificado à pessoa,
e necessariamente, esse gênero de questão sobre o que você chama portal
orgânico não pode em caso algum ser a reflexão de um portal orgânico mas sim,
como você o disse, de um irmão que está submetido às ideias e aos pensamentos
que o atravessam. Você esqueceu de refutar as ideias, os pensamentos e as
identidades. Você refutou tudo o que era visível, mas você esqueceu de refutar
a você mesmo. Se nós tivermos a oportunidade, você me dará uma resposta em uma
próxima vez : você refutou a você mesmo ?
Prosseguimos.
Questão
: repetidas vezes muito solta, e a imensidão do vazio se apresentou. Meu corpo
se sobressaltou, isso me fez voltar. Há
dois dias, isso se apresentou novamente. Meu corpo não se sobressaltou mas no
entanto tenho a impressão de ter permanecido na borda sem mergulhar. Você tem
um conselho ?
Como você o diz, em um
primeiro tempo, quando das experiências anteriores, você vivenciou realmente e
concretamente o apego da consciência ao corpo, apesar da revelação ou
aproximação da Infinita Presença. Hoje isso não existe mais. Portanto eu diria
por ilustração : o caminho está livre. O que você espera ? A partir
do instante em que o corpo não se manifesta mais no momento em que vocês
parecem mergulhar, ou são empurrados, ou
ver ou viver o nada, se o corpo não diz nada, então o apego ao corpo, a
identificação ao corpo cessou. É já perfeito.
Não busque nada mais, aquiesça completamente ao que se desenrola. Seu
corpo o fez, seu veículo o aceitou, o que resiste se esconde necessariamente em
meio aos conceitos e não mais na ilusão de ser esse corpo.
Resta portanto em você
um certo número de ideias e conceitos que não foram evacuados. Você não tem de
buscá-los, contente-se em aquiescer e naquele momento, na medida em que não
houver mais identidade ou identificação ao corpo, você está aí. Faça isso, não busque nem mesmo mais
observar, sentir, saber, compreender, deixe a Liberdade ser, e você é livre. É instantâneo. Não é um lugar que está em
alguma parte, é a Verdade. Certamente que há um ponto de passagem e que é o
Coração do Coração. Mas mesmo isso você deve esquecer. Abandone todos os
conceitos e todas as referências. Seu
corpo o faz, ele está de acordo. Esqueça mesmo a avidez de viver isso, o desejo
de viver isso. Seja neutra, totalmente. Se isso se reproduz, não busque meditar
ou se agarrar. Seu corpo aquiesceu. Não
há nada a observar, não há mais nada a sentir quando você está lá, e você vai
se reencontrar, sem se buscar. Você se vê claramente, você está aí.
E a expressão, quando
eu digo : « Você se vê claramente » significa que
efetivamente não há mais visão. Esse que vê, entre aspas, é o Espírito, a
Verdade, que você é. Ver-se, de algum modo, nesse nível, é ver nada, não estar
mais preso por uma imagem, por uma luz, por uma forma, por uma história, por um
corpo, pelo mundo. É efetivamente, para
a pessoa, o vazio total. Mas você se aproximou suficientemente perto, uma vez
que seu corpo não te chamou. Você mostra a você mesma que não há mais identificação
possível de crer ser esse corpo.
Não há mais obstáculos,
há somente alguns conceitos que vagueiam na periferia. Não busque
identificá-los. Suprima toda necessidade de ver, de comparar, de se apreender,
e você será apreendida pela Verdade.
Você, você não pode apreendê-la, mas a Verdade, ela pode apreender você,
é toda a diferença. E sendo apreendida pela Liberdade e a Verdade, você será,
a partir desse instante, automaticamente livre, e liberada. É iminente, é
agora. Não coloque distância, há somente uma pequena distorção no que acredita
ser visto. Esqueça, não há nada a ver,
somente a reconhecer. E isso não passa por uma visão, qualquer que ela seja.
Não há mais forma, não há mais Luz, não há mais conceitos, não há nada, no
sentido da pessoa, mas esse « nada » é tudo.
… Silêncio…
Uma outra.
Questão
: quando nos foi dito pelo Arcanjo Anael que nós nos instalamos na Eternidade,
isso quer dizer que é gradual e não necessariamente fulgurante ?
Nem um nem o outro, é
ainda um conceito. Pensar que isso pode ser fulgurante ou progressivo é já um
condicionamento. Seja espontâneo, deixe viver o que se vive. Não ponha
etiquetas, conceitos, palavras, ideias, referências. Esteja disponível. Não é porque eu vá te dizer que é fulgurante
ou que é progressivo que isso mudará o que quer que seja. Você deve mesmo
abandonar a ideia de saber se é alguma coisa de brutal, progressivo ou que se
situa em um tempo futuro, porque isso já
é se colocar em distância em relação ao
que você é. Deixe-se atravessar. Aí também
não retenha nada, esteja disponível, e você não pode estar disponível, como no
caso do testemunho da irmã, previamente, se há ideias, conceitos que emergem.
Mas lembre-se de que você não pode expulsar as ideias e os pensamentos. Mesmo um Liberado vivo tem pensamentos,
somente o morto não tem mais pensamentos.
O saco de comida não é mais alimentado e portanto não há mais
consciência efêmera, é a morte, desse corpo, da consciência efêmera. É assim
que você deve viver o que é para viver.
Se não existe sintoma
corporal nesses estados, nessas experiências, nessas tentativas mesmo, pode-se
dizer, então que o que você acredita ser
o caminho está concluído. Resta-lhe somente aceitar não ter pontos de
comparação, palavras a colocar sobre o que você vai viver ou viveu, de ser, e
isso lhes foi dito, inocente. Esteja plenamente aí, mas não mais mesmo no
observador, no nada, após o Coração do Coração. Se isso é feito, isso é. A
espontaneidade, a qual nós lhes comunicamos, uns e outros entre os Anciãos, é
essencial. Se não há espontaneidade, não há humildade, há reflexão, há opinião
pessoal. Isso não concerne em nada ao
que você é. Não se apoie sobre isso, aliás não se apoie em nada. Seja virgem de todo sentimento, de todo
sentir, de toda intenção. Tal é a maneira na qual você desaparece.
… Silêncio…
Continue.
Questão
: nós sentimos o amor em sua voz, mas o volume da voz atrai a consciência sobre
a dor em meus ouvidos. É para atravessar a dor ?
Você compreendeu tudo.
Sua consciência está colocada sobre os ouvidos. Não pelo desejo de escutar ou
de compreender minhas palavras, mas pelo incômodo ocasionado. Estando centrada
sobre o incômodo, você não pensa em nada mais e aí, eu posso te mostrar o que
é. A consciência efêmera está ocupada
pela voz, o mental está ocupado pelas palavras, e durante esse tempo o que é,
é. É uma distração, um outro jogo. Mas
esse jogo é mais capaz de colocar fim ao jogo.
Como você o disse,
apesar do fato de que você esteja incomodada, o importante não é o
incômodo. O importante não são os
conceitos. Eu me dirijo, como eu o disse, através da pessoa. O que é incomodado
é a pessoa, o que sente outra coisa do que o incômodo é o que está por trás da
pessoa, ou dentro. Em termos de
movimento, porque é a coisa que melhor poderia explicar, a consciência efêmera
se fixa sobre o sentido auditivo, a energia, a vibração, nesse momento vosso
mental é distraído por minhas palavras. Vocês não podem fazer diferentemente,
mesmo se vocês não o compreendam, mas é justamente isso que me permite ir através
do que vocês colocam diante, o personagem, a história, o mental, a dor.
Então, se você tem
muitas dores, atenue minha voz, coloque os tampões. Eu poderia ficar em silêncio, sem pronunciar
uma palavra, o resultado seria o mesmo, ele seria apenas um pouco mais
longo. Mas o fato de ocupar vosso mental
e vossos ouvidos os deixa disponíveis.
Essa distração, como eu disse, não é feita simplesmente para
distrai-los, mas distrair a pessoa, eventualmente golpeá-la, pelas dores, pelo
volume. Mas além dessa distração, e
graças a essa distração, a gravidade e a Verdade estão aí.
… Silêncio…
Continue.
Questão
: você pode nos dar uma indicação para fazer a última passagem, no último
segundo, antes da reversão total ?
Esqueça-se, eu já
disse. Não há técnica, isso foi repetido tantas e tantas vezes. É o momento em
que não há mais referências nem adesões ao que quer que seja em meio ao
efêmero, que é visto pelo que ele é.
Nenhuma técnica. Não há senão vocês mesmos que podem aceitar soltar, dar
esse último passo, sem mudar, sem buscar. Vocês devem estar totalmente no
instante presente, no silêncio, qualquer que seja a potência de minhas
palavras ; eu lhes disse que eu ocupo vossos sentidos e vossa cabeça. Vossa consciência efêmera estando voltada
para uma tentativa de compreensão ou para uma dor, vosso coração está
disponível, para a Verdade, para se reconhecer. É simples e fácil. Qualquer sentimento de dificuldade não vem
senão da pessoa que quer agarrar, e obter, e apreender. Vocês não podem
apreender nada, nada obter em meio à pessoa. Nada do que concerne à Verdade.
… Silêncio…
Continue.
Questão
: há quatro anos, após uma intervenção de Orionis, eu vi meu corpo desaparecer
sob a cadeira da irmã que estava à minha direita. Meu corpo diminuía a toda velocidade. Eu
observei isso sem emoção. E subitamente eu me encontrei em meu coração onde eu
senti um imenso bem-estar. Eu não tinha mais corpo. Depois desse dia eu não
ultrapassei esse estado. O que você pode dizer ?
De qual estado você
fala ? Você desapareceu, o que você ainda quer viver ? O que você
pensa ter ainda a viver ? Se você desapareceu, acabou. Viva sua vida,
divirta-se, ame e sirva, espontaneamente.
Não busque nada para você. A problemática sendo que quando vocês vivem
esse gênero de experiência, esse gênero de estado, qualquer que seja sua
intensidade, qualquer que seja sua alegria, está adquirido. Vocês se
encontraram, vocês pararam de se buscar. Do que você tem necessidade ? Esqueça toda demanda de outra coisa ou
compreensão de outra coisa. Nem mesmo pense mais no que você vivenciou. Não
busque se prender a esse passado, ele é indelével no presente. A tentação é
sempre presente, para todo o mundo, de querer reproduzir alguma coisa que
passou. O que é passado é passado. O que é, é o que você é.
Há, como você o diz e
como eu disse, um antes e um depois, mas entenda bem que o mais importante é
Agora, HIC e NUNC, como disse o Arcanjo. Todo o resto é acessório, todo o resto não é de nenhuma utilidade para
você. Tente observar, calmamente, bem colocado, deixando flutuar seus
pensamentos e suas ideias para que haja um relaxamento. Isso se chama o
devaneio ou o sonho desperto. Pouco
importa o que é visto, o que é pensado, e aí você constatará que pouco a pouco,
tudo se desvanece e se apaga. Você pode
ainda ter o sentimento como descreveu a irmã, de ser cada vez menor, até se
tornar esse ponto, até que o corpo desapareça. O que você quer mais ?
Enquanto esse corpo
está aí, enquanto a história está aí, mesmo se você não adere mais, o que você
quer fazer de mais ou de menos ?
Não faça nada. Seja livre desta experiência, seja livre de qualquer
espera, esteja disponível. Não para acolher uma experiência, ou do maravilhoso ;
a única maravilha, é sua eternidade. Aceite isso e veja. Não há nenhum
obstáculo. O que você viveu estava fora do tempo, fora de qualquer espaço e
fora de qualquer conceito, é seu estado natural, mas a partir do instante em
que você pensa viver alguma coisa mais, você não é mais natural. Você já está
em outro lugar, em uma projeção, em um desejo, em uma esperança. Não há nada a
encontrar nisso, nem nada a buscar aliás.
… Silêncio…
Continue.
Questão
: o Parabrahman é nossa finalidade, nosso fim absoluto, ou não é senão o início
de uma nova viagem, de uma nova etapa ?
Mas em nenhum caso o
Absoluto pode ser isso. Nem fim, nem partida, nem nova viagem, no
Absoluto. Isso concerne à consciência,
isso concerne à experiência e não ao que você é. Nunca tente definir o Absoluto
porque questionando-o, ou definindo-o, ou tentando aí colar conceitos, vocês se
distanciam. Vocês não podem proceder dessa forma. Não se interroguem sobre a Verdade, porque a
interrogação vai colocar uma distância, vai colocar uma projeção, vai colocar
uma esperança, e a partir desse instante, ela não pode ser revelada.
O Absoluto é o fim dos
conceitos, o fim das histórias, o fim das viagens, o fim das experiências. E
como isso lhes foi dito, isso não os impede de jogar, mas vocês não serão mais
joguetes. Eu sou sem forma e no entanto eu estou aí, em uma forma. Não há
nenhum incômodo. Como isso foi dito, mas não faça disso um conceito, o Absoluto
é todas as consciências, tudo é UM. Não
há nada mais. Simplesmente, neste mundo,
aí onde vocês estão, os sonhos se misturam, dando a impressão das relações, das
diferenças, das formas diferentes, das expressões diferentes, dos sexos
diferentes, das infinitas formas de consciência. Há a mesma qualidade de
consciência em tudo o que é manifestado, mas vocês são anteriores à
manifestação, e tudo o que vocês veem, aqui como em outros lugares, são apenas
jogos.
O Absoluto não tem
nenhum projeto, ele não pode tê-los. E é
exatamente na Verdade que vocês são também todos os « eu » e todas as
consciências, uma vez que não há senão uma.
É como se a célula do fígado pedisse para ser a célula do coração.
Certamente que há funções diferentes, químicas diferentes, um conjunto de
sucos, de nutrições diferentes, um conjunto de elementos diferentes, há até
mesmo gênios que prefiguram a forma, mas vocês não são nada de tudo isso, vocês
simplesmente estão no interior. Mas esse
interior, vocês podem se aproximar dele pelo Coração do Coração, e somente por
aí, mas mesmo isso deve ser deixado.
Há os últimos
marcadores de manifestação, mas vocês são todas as manifestações. Vocês são
Deus, vocês são a Fonte, vocês são o grão de areia. Vocês são todos os sóis da
criação em qualquer universo, multiverso ou dimensão que seja. Vocês não podem
compreendê-lo, nem mesmo aceitá-lo, é impossível, vocês podem apenas
verificá-lo. E uma vez que é verificado, vocês estão tranquilos, aconteça o que
acontecer. Não são mais vocês que dirigem a vida, nem o ego, mas é a vida que
os conduz. É isso « ter a fé como um grão de mostarda ». Eu diria
mesmo, e sobretudo no Ocidente, que algumas preces não são senão
distanciamentos.
Todo o mundo não é, em
meio a um personagem, Hildegarde de Binguen, aceitem isso, mas no entanto vocês
são todos os mesmos. Não há dois, há apenas UM. O dois é o jogo da
aparência. É a consciência que se ama a
ela mesma, que se prova, e eu diria também que é a consciência que se joga por si mesma. Porque há realmente, além deste
mundo, um gozo à manifestação, um gozo à forma. Mas vocês são todas as formas,
mesmo sendo sem forma. Como vocês querem
ser todas as formas se vocês são tributários de uma forma ou de uma
consciência ?
… Silêncio…
Continue.
Questão
: você falou de urgência ; ela está ligada ao fim da Kali Yuga, e por
que ?
Mas a urgência não é
contingenciada pelo fim de qualquer mundo que seja, por qualquer acontecimento
que seja. Há urgência. Se eu lhes disse isso, não é em relação ao tempo, é em
relação ao instante. Esse corpo é sofrimento,
vocês todos o sabem, nós todos o sabemos.
Um dia ou outro ele se torna sofrimento. Ele não é eterno. O que vocês
fizeram para estar nesse sofrimento ? Vosso karma ? A realidade da
vida ? Mas se são tolices. São os condicionamentos. Tudo isso resulta da
identificação ao corpo, à história, à forma.
Além da refutação, essa
noção de urgência não está ligada ao tempo, ela não está ligada ao desenrolar
dos acontecimentos, porque não há nada mais urgente e essencial do que isso.
Qualquer que seja o dia de vossa morte ou o dia da morte, aparente, desta
Terra. Nada morre, isso lhes foi explicado, pelas palavras, pelos
conceitos. A Terra muda de densidade,
vocês também, mas aí não é o essencial, exceto para aquele que se prende à sua
pessoa, à sua história. Mas é a mesma coisa a cada vida, a cada vez que vocês recomeçam, o medo da
morte, a negação, e é sem fim. É nisso que há urgência. Havia a mesma urgência
em meu tempo, e essa noção de urgência desaparecerá somente quando o mundo
desaparecer, como qualquer mundo. A
consciência « eu » é um jogo. É um jogo que se joga, em toda parte.
Para a consciência, qualquer que ela seja, ela não pode conjeturar a
a-consciência. Somente a Verdade o pode, somente vocês, o podem. E para isso vocês estão sozinhos, não há
ninguém mais, não há guru, não há salvador, não há mestre.
A Verdade dá medo
enquanto ela é um conceito, enquanto ela se resume a ideias, vagas. O ego, a
pessoa, sempre terá medo. Isso vem da identificação. Desidentifiquem-se, sem
nada recusar, e vocês estão livres. É
simples, se há esforço, isso não é a Verdade. Ainda uma vez, todo o mundo não é
capaz de exercer essa tensão para o abandono de Hildegarde, ou de outras irmãs,
todo o mundo não pode ser uma Ma Ananda Moyi em manifestação, mas desde que
vocês ultrapassem a pessoa, as ideias, os conceitos, as crenças, vocês são o
mesmo que o Cristo, Ma Ananda, que o universo inteiro, qualquer que seja a
presença, ou não, do corpo. É não sendo nada que vocês são tudo.
Ora o ego tem
necessidade de dizer eu quero tudo, mesmo se é dito de outra forma. Ele é
ávido, ele tem necessidade de marcadores, ele tem necessidade de um contexto,
de uma história, de uma lógica, mas vocês, vocês não são nada disso. Vocês são
a Verdade inefável da Morada da Paz Suprema, se apoiando no Absoluto para
entrar em manifestação. O obstáculo, eu
já disse, é a pessoa, a identidade, a história, os conceitos. Sejam livres.
Desembaracem-se de tudo isso, isso não lhes serve para nada. Não são senão os
testemunhos do medo e da acumulação de conhecimentos. Aceitem que vossa pessoa não pode conhecer a
Verdade, em nenhum momento.
Verifiquem por vocês
mesmos essa atitude. Verifiquem por vocês mesmos o que se produz quando vocês
não aderem mais às crenças, ao corpo, às ideias, às histórias. Se vocês querem ser a plenitude, esvaziem-se
de tudo o que os entope. O Cristo lhes
disse : « Eu virei como um ladrão na noite », « Vigiem e
orem », « Mantenham vosso templo limpo ». Sejam o Templo nesse
saco de carne. Esse Templo, é uma noção
sagrada, não vejam aí uma construção, é o templo interior.
Quando eu dizia,
estando encarnado : « Repousem aos pés do Satguru », isso não
era uma noção de adorar, de imitar, era verdadeiramente ficar tranquilo, pois
tudo se fará naturalmente. É além de qualquer palavra, de qualquer conceito. Olhem as estratégias do ego, da pessoa, mesmo
aperfeiçoada, mesmo vibrante. Ela estará sempre prestes a tentar encontrar
marcadores, pontos de comparação, com o outro, com as experiências passadas,
com os escritos, breve, de manter a todo custo a história. Descobrir a Verdade não suprime vosso corpo,
mesmo quando ele desaparece. Isso lhes permite simplesmente não serem mais
afetados nem perturbados pela Ilusão, por isso que apenas passa.
… Silêncio…
Continue.
Questão
: quando querem me impor alguma coisa, eu me bloqueio e eu não chego a
controlar minha reação. Eu sei que é minha pessoa e não eu ; apesar disso,
mesmo me repetindo « eu não sou essa pessoa », isso não é suficiente
para me fazer soltar. Você pode me ajudar ?
Se eu compreendi bem, você se repetiu « Eu não
sou esse corpo ». Eu jamais disse « Eu não sou essa pessoa ».
Evidentemente que você é uma pessoa, uma vez que você se apresenta ao mundo com
uma aparência, uma forma. Você não é esse corpo, você não é somente essa
pessoa, mas você é obrigado a constatar que há uma forma que está aí. Você é
bem obrigado a constatar que um dia você apareceu, sem ter pedido nada. Eu
perguntava sempre, quando estava encarnado : « Vão à fonte, quem eram
vocês antes de vosso nascimento ? Quem pode responder ? ». Ninguém
jamais me respondeu. Mas não era para nada que eu colocava essa questão. Não era para ter uma resposta, uma vez que
vocês não podem ter resposta, era para atrair a atenção sobre o fato de que
antes de nascer, qual era o sentimento de existência do mundo ou de uma
pessoa. O sentido e a ideia de ser uma
pessoa aparece entre quatro e cinco anos, e desaparece com a morte, desse corpo
e da pessoa.
Isso que você fala
aqui, é um reflexo de defesa sobre o qual você não tem nenhum meio de ação.
Aliás eu acredito que os seus psicólogos sábios chamam isso o inconsciente ou o
subconsciente. E aliás, em seus países ocidentais, vocês se encarregaram desse
subconsciente e do inconsciente para ser a causa de tudo. Mas não, a causa de tudo, é o corpo, é a
própria consciência. Portanto eu não posso te ajudar, não há técnica. A melhor
das técnicas, que não é uma, é : você ver isso mas você não pode fazer
nada.
Então aceite que você
não é esse corpo, nem essa história, e que há uma pessoa que joga esse jogo.
Coloque-se no observador, sem querer agir, sem querer fazer. Você já viu, você
tem talvez as explicações e, como você o diz, está sempre aí. Portanto o que
fazer ? Nada a fazer. Apenas ser, atravessado por isso. Se você se opõe,
sobretudo que você viu, você vai reforçá-lo. E é isso que cada um de vocês vê permanentemente,
na vida, em todas as circunstâncias.
Quando o problema é supostamente inconsciente, vocês buscam elucidá-lo, ou
seja compreendê-lo, porque vocês pensam que compreendendo, isso é elucidado e
que vai desaparecer. Mas quando vocês resolvem uma equação matemática, há
alguma coisa que desaparece ? Não, vocês obtém um resultado. Mas o
objetivo, aí, não é o resultado, é a superação da equação, e você não tem
nenhum meio em você para fazê-lo.
É necessário você
atravessar isso, aquiescer a isso, porque muito simplesmente você não é isso.
Isso é efêmero, isso não pode durar senão até sua morte. Eu concebo
perfeitamente que isso possa estar te aborrecendo, no que é para viver. Você
pede um conselho, enquanto você diz a você mesmo que você se antagoniza assim
que você tem um conselho. Se você vê isso, acabou. Aceite o ridículo desse
efeito espelho que você mesmo pronuncia. Você apreendeu, inconsciente ou
conscientemente, você viu o problema, e portanto você quer o resultado. Se você quer o resultado em meio à pessoa, há
psicólogos, terapeutas para isso, mas haverá sempre uma pessoa. Qual é seu
objetivo ?
Quando você me diz que
tudo o que vem a você e que é dado a você do exterior o antagoniza, aceite
também que você deve mirar contra a pessoa, contra a história e contra esse
corpo. Não batendo nela, não a
recusando, mas vendo-a pelo que ela é. Enquanto a pessoa está aí, na frente da
cena, não há nenhuma espécie de liberdade.
Mas o fato de ver o que surge do inconsciente ou do subconsciente, já te
mostra que sua consciência está relaxada. Ela não está mais fixada, agarrada,
apegada, à história. Isso foi visto, você viu a história. Você não pode se
desembaraçar disso em meio à história.
Quando eu digo que é
necessário atravessar, é ver e aquiescer. Isso quer dizer relaxar a pressão da
atenção e da consciência sobre o mecanismo que foi visto. Certamente você vai
vê-lo retornar e retornar, mas se você permanece tranquilo, sua consciência não
será mais conduzida por isso e você constatará então que as manifestações disso
vão se desvanecer e se distanciar. Sua consciência não será mais levada, o que
você é, não mais. Não esqueça de que não
é a pessoa, mas você que joga o jogo da consciência. A pessoa jamais entregará as armas ; até
a morte ela está aí. Ser liberado da
pessoa não quer dizer que a pessoa não está mais na frente. Quem comanda ? O inconsciente ? O subconsciente ?
O ego ? Quem dirige ? Não para
controlar, mas quem mantém o volante ? Quem é você ? Nisso você já vê
a Verdade.
Quando essa questão é
colocada a você : « Quem sou eu ? », você não pode senão
constatar que o único capital que existe antes de qualquer conhecimento, e
prévio a qualquer conhecimento, é o « eu sou ». Você não pode negar
que você é, mas o que é que é ? O que está no corpo, o que foi confinado.
Mas você é a Liberdade, você é a Verdade, então como você resolve essa
equação ? Você viu os termos da
equação, você vê o resultado, mas você deve se situar acima. Porque em
definitivo, qualquer que seja a equação que se resolve entre o consciente e o
inconsciente, você não é nem um nem o outro. São simplesmente ferramentas do
jogo. Você nunca será o que se manifesta em ideias, quanto mais em conceitos,
ou no que quer que seja. Você não pode se apreender de nada. Tudo o que é
apreendido é falso, essa palavra « apreender » é empregada em todos
os sentidos do termo.
… Silêncio…
Continue.
Não
há mais questões escritas.
Então continuemos.
Questão:
eu quis tentar passar através de sua voz, e em um momento, eu tive vontade de
passar além da voz. Eu não sabia como fazer, se passou alguma coisa e eu me
encontrei no silêncio. O resto de sua
intervenção, estava negro diante de mim. Eu estava em um estado de bem-estar e
de silêncio, eu não sentia mais meu corpo, mas eu sentia profundamente meu
coração. Ainda eu sentia o coração ; mesmo durante a pausa, e falando com
os outros eu estava em um estado de alegria. No retorno, eu queria refazer a
mesma coisa, mas isso não se reproduziu.
Mas você foi apanhada
na armadilha. Assim que você quer refazer a mesma coisa, você coloca a
distância. É sempre semelhante com todos os estados.
Questão
: eu compreendi depois, quando você o explicou. O que se passou quando eu vivi
aquilo ?
Ela quer saber o
que ?
Questão
: o que se passou quando ela viveu aquilo.
E aí está, você retorna
ao passado. Esteja disponível. Não busque reproduzir, deixe ser. Isso foi
vivido, o corpo desapareceu, não havia mais conceitos, restava o ponto central,
a Paz, a Alegria, o coração, o Amor, chame isso como você quiser. Você portanto
pôde verificar, por você mesma, que o Amor não tem necessidade de forma nem de conceitos.
Mas aí onde você se engana, é pensando, mas como todo o mundo o faz, poder
reproduzir esse estado. Você não pode reproduzi-lo, ele lhe foi mostrado porque
é o que você é. Aceite-o, mas não recoloque a pessoa que vai se apreender da
experiência para tentar revivê-la, porque você não a reviverá nunca, nessas
circunstâncias.
É necessário que o que
você chama experiência, lembrança, memória de um momento como esse, esteja
presente. Não pela vontade de
reproduzi-lo, mas pela aceitação de que o que se produziu em um dado momento,
está sempre ali. Não há esforço a fazer.
Aliás você viu bem, que é quando você cessa todo esforço que isso se produz,
que isso cai de cima. Esteja simplesmente
tranquila, não peça nada, não busque nada, não espere nada. Sem isso há
projeção. Isso é. Se isso foi, uma vez, isso é sempre, quer vocês tenham a
percepção disso, a consciência ou não. Vocês não têm de buscar reproduzir o que
se passou antes, vocês devem esquecer os marcadores, sejam eles um momento
passado maravilhoso. Ele está fora do tempo, é a Verdade. Isso não é uma experiência passada, é a
pessoa que diz isso.
Aí também, é o mesmo
mecanismo que é verdadeiramente astuto, é querer, quando vocês vivem alguma
coisa, reproduzi-lo. É sempre semelhante com a pessoa. É semelhante com a
alimentação, é semelhante com o sexo, é semelhante com as ideias, é semelhante
com tudo. Esqueçam isso. O hábito está ligado à pessoa. Os hábitos
estão bem para viver neste mundo, mas não para encontrar o que vocês são. É um reflexo normal, nós todos o tivemos, de
querer se agarrar a um momento passado. Mas mais esse momento passado se
distancia no tempo linear, mais vocês lamentam, sobretudo se vocês o
perderam. Mas é justamente o pesar,
porque vocês olharam para trás, que os impede de viver imediatamente em
eternidade. Vocês fixaram a experiência no passado e portanto, vocês a
prenderam à história. Porque há a história, mesmo se não há mais pessoa. A partir do instante em que vocês falam de uma coisa passada, vocês estão apanhados
na armadilha, portanto posicione-se, fique tranquila, não espere nada, não
projete nada, nem mesmo pense mais nisso.
Porque se você pensa nisso, você cria uma distância com isso, ora isso
está sempre aí, imediatamente. É a pessoa que faz obstáculo.
… Silêncio…
Nada do que foi vivido
nesse nível está perdido. Se isso se produz em um instante, em um dado momento,
isso está sempre presente, quer vocês tenham consciência ou não. É semelhante
para o Absoluto, é semelhante para o Amor. Quer vocês o recusem ou não, sem
Amor, nenhuma vida, nenhuma experiência, aqui ou em outros lugares. Você não
pode sentir o que você é, você o é.
… Silêncio…
Outra questão ?
Questão
: uma pequena piscadela : eu encomendei para você um pacote de bidis. Ele
não chegou ainda, por isso eu não pude depositá-lo sobre essa mesa.
Eu te agradeço. Mas
ainda é necessário que este corpo emprestado o suporte.
Questão : quando se
está no Amor incondicional, quando se é Amor incondicional, não se sente mais
nada, se é, muito simplesmente ?
Bravo. O Amor
incondicionado, vocês podem vivê-lo depois da Infinita Presença e o Samadi. O
melhor exemplo que eu posso lhes dar é Ma Ananda Moyi. Ela se ocupava
exclusivamente do que ela era, mas isso não é possível para todo mundo. Olhem,
eu, era liberado, tive filhos, uma mulher, um trabalho, empregados, e no
entanto era liberado. Qual é a questão que você coloca ? Repita-a.
Questão : se eu
compreendi bem, quando se está no Amor incondicional, não se está
« em », se « é » o Amor incondicional.
Está melhor. Grato.
Questão : se é,
muito simplesmente.
Sim.
Questão : quando
você era liberado vivo, você era também esse Amor incondicional.
Mas todo o mundo o é, o
raminho de erva também, não há diferença. Falou-se a vocês, eu creio, dos devas
criadores.
Questão : quando
você viveu, casado com filhos, você refletia esse Amor incondicional.
Mas certamente.
Questão : você não
tem então necessidade de ser como Ma Anada Moyi.
O Cristo disse :
« Busquem o reino dos Céus e o resto lhes será dado em acréscimo, que está
no seu interior ». Depois, a vida passa. Que você seja enfermeira, uma
santa, uma mulher do lar, qual a importância ? Nenhuma. O jogo da forma e o conjunto dos
Elementos no saco de carne é profundamente diferente para cada pessoa, mas quando
você encontra o que você é – parando de buscar -, a vida continua nesta forma,
e a vida expressará o que ela tem necessidade de expressar, mas não é mais você
quem dirige, não é mais você quem decide. Não há nada a decidir para o
Liberado. Certamente que ele decide ir comer ou se lavar, isso concerne ao
corpo, à manutenção, mas ele não decide nada de sua vida, ele acolhe tudo o que
se apresenta. Não há absolutamente necessidade de colocar uma vestimenta
laranja. Tudo isso, é o desfile, é a
fraude. Tudo isso são apenas guirlandas,
ornamentos, seduções, necessidades de identidade e de identificação :
« Ele é um Mestre », « Ele é um varredor ». enquanto vocês
veem isso, vocês não viram a Verdade.
Enquanto vocês
consideram que Ma Anada Moyi é diferente de um ramo de erva, da estrela no céu,
vocês não estão livres. Vocês estão
submetidos ao condicionamento da forma, ao condicionamento da manifestação, ao
condicionamento da energia, da vibração.
Há sempre um instante, na história linear da pessoa ou do tempo, em que
a vida lhes propõe, de uma maneira ou de outra, de todas as maneiras possíveis,
eu diria, de serem livres. Não há nenhuma obrigação. Sejam naturais, espontâneos
e livres, o que vocês não podem ser assim que vocês se põem um objetivo. E os objetivos, em vossa vida, e os filhos, o
trabalho, as posses, isso concerne à pessoa.
Quando eu disse que eu trabalhava, que eu tinha uma empresa, é que
quando eu fui liberado isso me impediu de trabalhar, de fazer amor, de
comer ? Isso tirou a necessidade de me lavar ? Não, são os
imperativos ligados a essa matéria, aos quais vocês são obrigados a se
curvarem, vocês não têm escolha. E é justamente quando vocês veem isso que
vocês estão livres, não antes.
Vocês estão presos no
jogo do personagem. Vocês aderiram tanto ao fato de ser um homem ou uma mulher,
como a uma família, como a um trabalho, que isso se torna o objetivo de vossa
vida. Sustentar vossas necessidades e às necessidades da família, e também
agora às necessidades do Estado, às necessidades de todos aqueles que têm
necessidade de vocês. É sem fim, e isso só pode terminar mal, isso. É por isso
que foi chamado a Kali Yuga, a era da confusão. Porque todo mundo perdeu o que
ele é. Ele acredita ter perdido, porque
ele está ocupado com outra coisa, mas vocês podem muito bem ser a Verdade e
estarem ocupados com outra coisa. Mas o que é prioritário ? não é porque há um que não há o outro. A consciência está seduzida pela
manifestação, da mesma maneira que vocês estão seduzidos por uma energia, por
uma pessoa. Isso, isso não parará nunca.
Com a idade, há outras seduções, outras atrações.
Não é questão de se
tornar ermitão, de se confinar, exceto se a Luz os chama a isso, mas não são
vocês que decidem. Ma Ananda não decidiu
passar e ser Ma Ananda. Então certamente, aqueles que tiveram êxito em suas
vidas têm a impressão de que eles escolheram, mas eles tiveram êxito em suas
vidas, mas não a Vida. Qual é vosso
objetivo ? Se o objetivo é a
Verdade, vocês não têm nada a manter como objetivo. Conservem vossos objetivos sobre o que vocês
fazem neste mundo, sabendo que não são vocês que o fazem. Enquanto vocês
acreditam que vocês o fazem, vocês não veem o ator, vocês não estão no
observador, vocês são o jogador.
Quando o espectador, o
observador, vê o jogador, é que o jogo para por isso ? Não, porque o
espectador pode aplaudir, e depois em um dado momento, como eu disse, vocês
saem do teatro e o que lhes aparece ?
Que jamais houve teatro. Portanto, vocês nunca saíram do que vocês são.
Não há nem testemunha, nem observador, nem « eu sou », nem si, nem
mundo que prende. E aí, vocês são livres.
Vocês não se colocam mesmo a questão do Amor porque é o que vocês são,
como você disse. Passem da distância à coincidência, à sobreposição. Não há
nada a descartar, uma vez que ser nada, é ser tudo. E eu diria : seja
nada, é tudo. Isso não é um simples jogo de palavras.
O
tempo atribuído acabou.
Eu
me expressei mal. Eu queria dizer que simplesmente o Amor incondicional tem
diferentes faces, diferentes modos de expressão, é tudo.
Grato.
Eu terminarei
justamente me apoiando sobre o que você acabou de dizer. Nunca há alguma coisa
que é mal expressada. Se isso foi expressado assim, é que para você isso tem um
significado. Aí também, vão além das palavras e das fórmulas. Vejam o que está
por trás das palavras.
Então meus caros irmãos
e irmãs, Bidi os saúda.
***
Tradução do Francês: Ligia Borges
Você esqueceu de refutar as ideias, os pensamentos e as identidades. Você refutou tudo o que era visível, mas você esqueceu de refutar a você mesmo.
ResponderExcluir.........
Suprima toda necessidade de ver, de comparar, de se apreender, e você será apreendida pela Verdade. Você, você não pode apreendê-la, mas a Verdade, ela pode apreender você, é toda a diferença.
.........
Não há mais forma, não há mais Luz, não há mais conceitos, não há nada, no sentido da pessoa, mas esse « nada » é tudo.
.........
Qualquer sentimento de dificuldade não vem senão da pessoa que quer agarrar, e obter, e apreender. Vocês não podem apreender nada, nada obter em meio à pessoa. Nada do que concerne à Verdade.
.........
Você desapareceu, o que você ainda quer viver ? O que você pensa ter ainda a viver ? Se você desapareceu, acabou ... O que é, é o que você é.
.........
Tente observar, calmamente, bem colocado, deixando flutuar seus pensamentos e suas ideias para que haja um relaxamento. Isso se chama o devaneio ou o sonho desperto. Pouco importa o que é visto, o que é pensado, e aí você constatará que pouco a pouco, tudo se desvanece e se apaga. Você pode ainda ter o sentimento como descreveu a irmã, de ser cada vez menor, até se tornar esse ponto, até que o corpo desapareça. O que você quer mais ?
.........
O obstáculo, eu já disse, é a pessoa, a identidade, a história, os conceitos. Sejam livres. Desembaracem-se de tudo isso, isso não lhes serve para nada. Não são senão os testemunhos do medo e da acumulação de conhecimentos. Aceitem que vossa pessoa não pode conhecer a Verdade, em nenhum momento.
.........
Enquanto a pessoa está aí, na frente da cena, não há nenhuma espécie de liberdade.
.........
Não há nada a decidir para o Liberado. Certamente que ele decide ir comer ou se lavar, isso concerne ao corpo, à manutenção, mas ele não decide nada de sua vida, ele acolhe tudo o que se apresenta.
.........
« Ele é um Mestre », « Ele é um varredor ». enquanto vocês veem isso, vocês não viram a Verdade.
Qualquer sentimento de dificuldade não vem senão da pessoa que quer agarrar, e obter, e apreender. Vocês não podem apreender nada, nada obter em meio à pessoa. Nada do que concerne à Verdade.
ResponderExcluirOi Egídio, fico me questionando porque não é disponibilizado os áudios originais tbm?? Será que eu que não sei achar? Vc sabe responder?? Alguns são outros não, por que??
ResponderExcluirFique na Presença...
Oi Sara, diria que o acesso mais provável às publicações disponibilizadas seria no Les Transformations, o que talvez já seja assim que você procede. Diria também que estes áudios nos são passados apenas para eventual antecipação de tradução, enquanto se aguarda as transcrições. Quanto ao fato de alguns destes áudios serem publicados e a maioria não, eu diria, por exemplo, como mero palpite (rs), que são áudios muito diferenciados e naturalmente seriam pouco compreendidos WEB afora. Contudo, o critério mesmo, da fonte original, para assim procederem, confesso que não faço a mínima ideia.
ExcluirOi Egidio, obrigada pela gentileza. Já pesquisei todo o site e nada encontrei. Devem ter algum motivo, né? O importante é que Bidi com ou sem áudio é moravilho e nos envolve em sua vibração.
ResponderExcluirGrata de coração...Sara